Radicada em Espanha, Daniela Chinchilla é uma artista interdisciplinar de origem colombiana que trabalha em instalação, escultura, fotografia, vídeo e objectos. Na sua produção artística, tenta recriar a memória a um nível fisiológico, evoluindo para a reinterpretação de lugares íntimos e espaços de encontro. Confronta a degradação das reminiscências com a necessidade de evidenciar a presença. A partir de uma investigação material, Chinchilla cria a sua própria linguagem, com a qual tenta representar conceitos como o congelamento, o esquecimento, a passagem do tempo e a estratificação das memórias. O seu último projeto centra-se na casa e na deslocação migratória, trabalhando a partir da memória individual e colectiva da sua família. Questiona e analisa a forma como alguns migrantes habitam os espaços após o processo migratório e as consequências deste processo na perceção do ambiente. Licenciada com distinção em Belas Artes pela Universidade Politécnica de Valência, está atualmente a concluir um mestrado em Produção Artística na mesma universidade.

“Espaço de permanência” é uma instalação colectiva em que trabalhámos o conceito de casa para construir uma casa onde tudo é possível e que se adapta simbolicamente às necessidades perceptivas das pessoas que a criaram. Não se trata de um espaço doméstico comum, a arquitetura da casa é apresentada como um lugar de sonho. A instalação foi criada a partir de projecções de vídeo, objectos e peças criadas a partir de uma série de workshops em que se trabalhou a perceção dos lugares que habitamos e a forma de representar a casa. Nestas intervenções reproduzimos diferentes elementos que compõem as texturas, parte da arquitetura e mobiliário do Quartel do Largo do Cabeço de Bola. A ênfase está em estimular os sentidos para captar coisas que muitas vezes passam despercebidas no quotidiano como forma de mostrar parte do que somos.

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